domingo, 29 de março de 2020

Isolamento - Covid19

Estamos algumas semanas já confinados em casa.
Estamos vivendo tempos memoráveis, onde vemos com nossos próprios olhos o cumprimento das escrituras referentes a Segunda Vinda do nosso Senhor Jesus Cristo.
Desta vez, uma doença, Covid19 ou Coronavirus, que começou na China e já se espalhou por todo o globo, acometendo principalmente idosos e pessoas com problemas de saúde como obesos, hipertensos e tal...
Com um número alto de mortes, e um número maior ainda de infectados, com uma doença que se espalhou de maneira tão rápida, fomos orientados a permanecer em casa sempre que possível.
Fazer isso pra nós não foi tão dificil, já que esse é o nosso estilo, somos caseiros e gostamos de estar em casa. Sob esse ponto, fazer o isolamento não é imposição, é continuidade do nosso dia a dia.
O difícil é fazer esses três brincarem e se entreterem sem auxilio apenas de tv.
Peguei a agenda da Melissa, e no mesmo horario que seria o horario de entrada dela na escola, eu começo nosso Home School aqui tbm. Tem sido intenso. Como é dificil montar planos de aula para que tenham continuidade e coerencia!
Mas tem sido legal.
Outra coisa que foi uma mudança impactante foi a mudança com relação a Igreja.
Estamos sem reuniões na capela, fazemos o sacramento e uma breve mensagem juntos em familia.
Outra oportunidade memoravel. Realmente não é o local que nos faz sentir o Espirito, é a ordenança.
Houve mudanças em relação a Conferencia Geral que se aproxima, em relação aos nossos serviços de adoração, em relação ao trabalho missionário...
O que sinto, é uma mistura de alegria com apreensão. Alegria de ter a benção do sacerdócio no meu lar, alegria por ter o evangelho na minha vida, alegria por saber que logo, vem aquele que reinará para todo sempre. Ao mesmo tempo isso me causa apreensão... O tempo de preparação está acabando, eu estou preparada? Eu estou fazendo tudo que minha responsabilidade de mãe exige?
Esses tem sido dias de reflexão...
Na ultima conferencia geral, o Pres Nelson disse que a proxima conferencia seria totalmente diferente de todas as outras. E já é, e nem aconteceu ainda ! Estou ansiosa para esse conferencia!!! Ansiosa com o que acontecerá nos proximos dias. Já é na proxima semana.
O ultimo selo foi aberto com a restauração, e o Senhor tem acelerado sua obra, e aquele que conhecer Sua voz, ouvirá o Seu chamado... Espero estar pronta para ouvir. Será que será nessa conferencia?
Temos sido convidados a refletir, em preparação para a conferencia, sobre qual é o impacto da Primeira Visão na nossa vida, bem como do impacto do Livro de Mórmon.
Eu cresci aprendendo sobre essas duas coisas, e não tenho ideia de como seria minha vida sem eles, sem o conhecimento que me trazem,
Acho que deveriamos ter pelo menos uma semana de "isolamento" todo ano. Seria bom ser forçado a olhar com mais cuidado para minhas ações e obediencia.
Hj, como Igreja mundial, nós nos uniremos em jejum, para que o Senhor nos abençoe e afaste essa doença. Eu oro pra que esse jejum, com essa suplica, chegue aos ouvidos do Pai e que estejamos prontos para ser libertos desse fardo, apesar de ver mais bençãos do que chateação com esse periodo forçado de isolamento.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Ligar para casa

Eu li uma frase hoje que me fez ter vontade de escrever de novo: "O hábito de orar é muito importante na vida dos membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. É como ligar para casa quando você está longe de seus pais"
Ligar para casa quando você está longe de seus pais.Quantas vezes já chorei por causa disso!!!!!
Quantas vezes já não desejei com todas as minhas forças, poder ligar pra eles!!!
Quando eu tinha 11 anos, nós nos mudamos para Itaí, fato que eu odiei, eu tinha na minha mente que assim que pudesse, voltaria para Curitiba. Sofri bullyng durante todo o período em que estava na escola lá em Itaí, e isso reforçava na minha mente que eu queria voltar pra minha cidade.
Eu amava meus amigos da Igreja, mas por causa da distância, só via eles aos domingos, e o pessoal da sede do distrito, talvez 1 ou 2 vezes ao mês. Lembrar de como os jovens eram unidos e quantas atividades eles tinham na minha antiga ala, também reforçava meu desejo de voltar.
Até que uma vez, acho que eu tinha uns 17 anos, nós fomos visitar meus familiares em SC e na volta, passamos pela primeira vez desde que nos mudamos, na minha antiga ala. Era um domingo de testemunho, e eu tinha meta de nunca perder uma dessas oportunidades, e lá fui eu prestar meu testemunho. E assim como em muitas ocasiões, eu ganho conhecimento a medida que eu falo.
Não lembro exatamente o que eu disse no testemunho, provavelmente estava falando da saudade da ala e da vontade de voltar rapidamente antes de prestar meu testemunho mesmo, pq sempre entendi a natureza sagrada de prestar um testemunho. Mas a revelação, insight que eu recebi naquele dia, disso eu lembro perfeitamente.
Enquanto falava e olhava para a congregação, por um momento eu olhei para onde meus pais e irmãos estavam sentados. Pensei em como éramos unidos. Ficar isolados em Itaí, nos forçava a ser assim, e criamos uma ligação que talvez de outra maneira não teríamos. Meu pai, apesar de todo o seu cansaço, chegava a noite, estudava, e no dia seguinte, as 05:30, ele estava de pé, pra que eu e depois eu e meu irmão, tivéssemos aula do seminário.
Quando ele serviu como Pres de ramo, ele chegava em casa na sexta feira a noite, e o carro já estava preparado, e íamos para Avaré, e só voltamos no domingo a noite. Enquanto ele e minha mãe estavam ocupados fazendo visitas, reuniões, treinamentos, eu estava cuidando dos meus irmãos.
Depois que foi desobrigado, as sextas feiras se tornaram símbolo de filme e pizza.
Nós sempre alugavamos uns 2 filmes pra assistir juntos.
Fazer as tarefas em casa, sempre foi dividido, mas duas em especial era uma divisão unida. Lavar roupa e cozinhar.
Minha mãe tinha uma máquina de lavar que ela amava, mas depois que ela quebrou de vez, ela foi forçada a comprar outra, que segundo ela, não lavava e só espalhava a sujeira. Descontente com a nova máquina de lavar, ela comprou um tanquinho, que eu não sei explicar como é, daqueles simples que só lavam, e que parece, toda casa no estado de São Paulo tem uma.
Como o tanquinho só batia, ela fazia o primeiro enxague, outro filho ficava na maquina antiga, que estava com a agua do segundo exague, outro filho ficava num baldão onde ficava a agua do terceiro enxague com o amaciante, e um outro, outra no caso pq era onde eu ficava, tirava a roupa da maquina que não lavava, mas centrifugava direitinho e ia estender a roupa. Toda semana era assim.
Cozinhar também, sempre todos juntos na cozinha, cada um fazendo uma parte do mise en place enquanto minha mãe cozinhava, e um outro ia lavando tudo que estava sendo sujo pra não acumular com os pratos depois. Fazíamos tudo juntos, e encontrávamos prazer nisso. Nós raras vezes fizemos coisas separados.
Voltando a revelação/insight que eu tive enquanto prestava meu testemunho, eu , naquela hora, parei de odiar Itaí, e passei a relevar a idéia de morar lá. Pq talvez, se tivéssemos ficado em Curitiba, meu pai com o chamado de Bispo, nós crescendo e fazendo mais amigos e com tantas atividades, nós não conseguiríamos ter essa ligação em família que nós tínhamos.
Esse foi um momento muito importante pra mim. Chorei meses consecutivos após a mudança todas as noites antes de dormir, chorei anos seguidos por me sentir sozinha na escola e não ter amigos lá, e finalmente, nesse dia, essa barreira caiu. Foi por ter minha família, por passar a entender que era de lá que meu pai tirava o sustento pra nós, que eu passei a relevar morar em Itaí.
Aprendi que nada mais importava, enquanto eu tivesse eles.
Orar é como ligar para os pais quando se está longe de casa.
Ir para a missão foi meu sonho e meta desde que eu tinha 6 ou 7 anos. Não aceitei namorar antes pq meu foco era a missão, me esforcei no seminário para conhecer bem as escrituras, orei e busquei meu proprio testemunho pq achava horrível ouvir quando um missionario dizia ter recebido seu testemunho na missão, eu não queria perder uma dia sequer, queria aproveitar cada segundo desse sonho lindo. Ir pra missão, teve suas dificuldades. Nunca estive tanto tempo longe de casa, nem tão distante.
Deixei minha família chorando na rodoviária, e depois que não conseguia mais ve-los do onibus, passei a chorar também. Até que lembrei que esse era meu sonho e desejo. E parei de chorar e não sofri mais por causa disso. Ligar pra casa se tornou um presente muito desejado.
Voltei da missão e enfim voltei para Curitiba.
Como eu estava feliz!!!!!!!!!!!!!! Ainda sim, uma parte de mim, queria eles ali comigo. Estar longe não era gostoso. E as tecnologias foram entrando, e suprindo essa falta. Ligar pra casa se tornou um presente muito apreciado.
Mudei para o Rio de Janeiro para me casar. E cada vez mais, com a tecnologia, ligar pra casa foi desaparecendo e se tornando em ficar com minha mãe no skype por horas seguidas.
Principalmente depois que parei de trabalhar pra ficar em casa com as meninas.
A falta da presença física foi amenizada pelo contato de vídeo.
Até que a doença foi tomando conta, minha mãe passava mais tempo fora de casa do que lá,  quando estava lá, estava cansada tadinha, esgotada pelo tratamento.
A ultima vez que falei com ela, adivinha, foi numa ligação. E se eu pudesse voltar no tempo, não teria desligado, e teria ficado com ela até o fim.
A ultima vez que eu ouvi a voz do pai em vida, adivinha de novo, outra ligação.
Orar é como ligar para os pais quando se está longe de casa.
No selamento da Camy, que foi meses depois do falecimento deles, eu só chorava, eu sabia que eles estavam ali, eu queria dizer o quanto eu os amo e como estava com saudade.
Eu hj em dia, chego na sala celestial, e converso com o 3, o Pai Celestial, e eles. Numa vez, chorei copiosamente do inicio da sessão, até sentir forças nas pernas pra sair na sala celestial. Enquanto começava a ordenança, eu senti a mistura do cheiro de roupa lavada e do perfume da minha mãe.
Durante esse processo de cura, eu não faço idéia de como alguém que não tem o evangelho faz, pq orar se tornou minha fortaleza e refúgio. Literalmente se tornou ligar para casa quando se está longe dos pais. Sem a chance de conversar com o Pai Celestial, sem saber e sentir que meus pais estão bem e trabalhando muito do outro lado do véu, eu não sei como teria passado por tudo isso.
Oração, ganhou um novo sentido pra mim.
E dou graças ao Senhor por conhecer esse evangelho e ter um testemunho dele.

terça-feira, 26 de novembro de 2019

Não sei o título

Não sei o título da postagem. Não sei nem ao menos o que escrever.
Só sei que hoje acordei com vontade de escrever.
A Melissa vai fazer 7 anos. Escolheu o tema de Ladybug, e lá fui/vou eu atrás de ideias.
Ela própria fez a lista de convidados, e tivemos que conversar sobre numeros e dinheiro.... Hahahahaha
Ela está tão inteligente e amorosa! Quer me ajudar, outro dia eu só medi os ingredientes e ela fez o bolo... Ficou numa alegria só!!!!!!
Está terminando o ano já sabendo ler e escrever. Tem um pouco de preguiça e dificuldade de se concentrar quando faz as lições, vira e mexe termina em casa atividades que deveriam ter sido feitas em classe. Suspeito que tenha herdado meu TDAH.
A Carolina ganhou o apelido de Magali. A sua fruta preferida é a melancia e ela só fala em comer !!!!!! COme feito passarinho, por isso da hora em que acorda, a hora em que vai dormir fica me pedindo comida!!!!!!!! É a mais sensível dos 3, tem cíumes dos outros dois, as vezes eu mando o Ethan pra vovó pra ficar só com ela no período em que a Melissa está na escola, mas não tem adiantado muito. Chora por qualquer coisa, e é um grude comigo. É a professora das aprontações do irmão. A Melissa costumava desenhar pessoas usando bolas em todas as partes do corpo, a Carolina desenha uma bola para o tronco e outra para a cabeça, os membros, são só traços. Eu acho uma graça o jeito que ela desenha. Muito amorosa, mas não táo prestativa quanto a Me, é só falar pra arrumar o quarto que ela instantaneamente descobre que está cansada ou com alguma parte do corpo doendo.
Também ama cozinhar junto comigo.
O Ethan está na fase do terrible two, ao mesmo tempo que me enlouque, me cura. Muito amoroso comigo, mas tão birrento !!!! Eu chamo ele de deafth metal as vezes, pq de vez em quando ele cisma em falar assim em vez de falar normal.
Eu arrumo o quarto das meninas quando ele está muito virado de cabeça pra baixo, ele vem atrás tirando tudo do lugar de novo. Tão risonho, tão doce, tem sido meu porto seguro desde que nasceu, tadinho, já nasceu no meio do olho do furacão, ficamos presos quase 5 dias com ele na maternidade quando ele nasceu, acredito eu que por erro médico.
Na ultima consulta antes dele nascer, uma quarta feira, o carro foi rebocado, e ele estava com documento atrasado, no meu nome, e eu quase dando a luz. Com toda a situação, quase dei a luz mesmo. Liberado o carro, internei na segunda e tive alta no domingo seguinte.
Na segunda feira de manhã o Dani descobre que estava desempregado.
Bençãos, e mais benção, mudamos pra São Paulo em agosto, em setembro encontrei minha mãe no templo em Campinas, em outubro ela passou mal e fui pra lá ficar duas semanas com ela, em novembro ela faleceu. Ainda em novembro eu fui pra Itaí ficar com meu pai, em dezembro ele pagou a promessa feita as netas de ir no cinema com elas para assistir Star Wars, passamos a virada do ano com ele, e ainda em janeiro fomos pra Itaí de novo ficar com ele durante a recuperação dele da cirurgia de catarata. Ele falece enquanto estavamos lá.
Fiquei em Itaí para dar entrada nos procedimentos e tenho que voltar pra São Paulo correndo por que meu sogro descobre que o cancer voltou.
E durante esse tempo todo e durante essas dificuldades, duas pessoas não sairam do meu lado. O Senhor, e o Ethan. Eu considero ele meu bebe arco iris, mesmo que ele não tenha vindo após a perda de um filho, mas ele veio antes da perda dos meus filhos mais velhos, minha mãe e meu pai.
Durante o percurso de cura e dor enlouquecedora, eu sempre tinha um anjo divino, com o sorriso mais doce do mundo do meu lado.
Eu digo que ele sempre esteve ao meu lado, por que foi literal. As meninas ficaram um periodo com meus sogros e o Dani enquanto eu estava em Itaí.
Já descrevi toda essa situação, essa parte está repetitiva, mas é por que o processo de cura ainda não acabou.
Voltando rapidamente ao Ethan, ele balbucia algumas palavras, Lu = luz e lua, Pia = pizza, Ele chama as duas irmãs de Me, Mamama = quero peito da mamãe... Ama demais o pai dele, mas se o o Dani está de barba, o Ethan não deixa o pai beijar ele.... kkkkkkkkkkkkkkk
Aliás, devido as habilidades já mencionadas de bagunçar e destruir tudo, ganhou o carinhoso apelido EThanos... Tadinho, não faz ideia do que seja !!!!! kkkkkkkkkkkkkkk
Uma palavra inventada por ele que eu quero descobrir o significado é Bobli... Ele fala isso pra tudo !!!!
Eu e o Dani estamos servindo de novo como missionarios do Pathway, e somos LZ's !!!!! Eu brinco demais com ele sobre isso, pq na missão ele foi só LD. O Pres conversando com ele uma vez em casa, disse que precisava dele pra fazer outras coisas, ele era o famoso segura rojão !!!! kkkkkkkkk
A simpatia e carisma que ele tem conquistam todo mundo, um sorriso largo e generoso como o coração, e o PRes soube usar os dons dele.
Já eu atazano e digo que ele precisou esperar por mim pra ser LZ... kkkkkkkkk
Ele trabalha como conselheiro da ala, e vira e mexe alguem chama ele de Bispo.
Eu não tenho esse calibre todo, mas ele tem toda a capacidade pra isso.
Eu...
Eu é uma palavra que anda meio esquecida, tem tanta coisa que eu quero alcançar, fazer e realizar... Mas está tudo distante, como num sonho. Sem arrependimentos, agora eu só sou mãe de tempo integral.
Uma historia que ouvi enquanto eu era uma jovem na organização das moças e que foi uma das coisas que me fez querer ser mãe, se tornou real pra mim, e isso não tem preço.
Uma autoridade geral, a serviço de seu chamado foi dirigir uma conferencia de estaca, e ficou hospedado na casa do Pres da estaca.
Enquanto ele não estava, a esposa do Pres o recepcionou amigavelmente, e o deixou instalado na sala de estar enquanto ele estuda as escrituras ela foi terminar seus afazeres em outro lugar da casa.
Um a um os filhos foram chegando da escola, e ao entrar e se deparar com um estranho na sala, todos chamavam: Mãe? Ao que ela respondia: estou aqui ! E ao ouvir sua voz, toda a postura corporal do filho mudava, e havia um relaxamento, ao que o filho entrava em casa e não necessariamente ia direto ao encontro da mãe, mas a certeza que ela estava em casa era o suficiente para os deixar tranquilos.
As crianças fazem a mesma coisa, as vezes eles não veem quando eu saio do lugar onde eles estão, e ao notar que não estou, eles chamam; Mãe? e ouvir, estou aqui! é o suficiente para acalma-los.
Isso não tem preço que pague !
Eu ainda sim preciso fazer um esforço para lembrar da palavra EU, por eles.
Descobri um nodulo no seio direito, dois na tireoide. Estou acompanhando todos eles, nada preocupante no sentido de não são cancer. Preocupante no sentido que tem que fazer acompanhamento constante.
That's all for today !!!! Crianças acordaram e eu não vou poder mais escrever !!!! kkkkkkkkkkkkkkkkkk

quinta-feira, 13 de junho de 2019

Dia dos namorados 2019

Bom, pra começar esse post, quero voltar há muito tempo atrás.
Sempre me considerei uma pessoa simpática e amigável, apesar dos anos de sofrimento e bullyng na escola, encontrei nos meus amigos da igreja, uma incrível e inestimável rede de apoio.
Passei minha adolescência no interior de SP, num distrito pequeno, então apesar de bons, ainda eram poucos amigos.
Eu decidi que queria sair em uma missão muito cedo, com 6 ou 7 anos. E passei minha adolescência focada nisso.
Não faço idéia até hj do motivo, mas nunca atraí rapazes da minha idade, só bem mais velhos...
Os da minha idade, e rapazes pelos quais me interessava semper estavam interessados nos minha amigas, e eu sempre acabava servindo de ponte.
Vamos falar que eu tbm não ajudava muito... Eu me enxerguei como moça, quando eu tinha uns 17 anos... Até então, eu era muito moleca, SEMPRE correndo, brincando, me divertindo... As moças no super sábado na sombra, pra não suar, e eu jogando futebol, volei, basquete, pega pega, rouba bandeira, empinando pipa, andando de skate (só em retas, inclinações.... nunca tinha coragem )
Chegava o baile, e eu dançava todas, só parava quando dava cãibras...
Realmente, não devia ser lá muito bonito o quadro, toda descabelada e suada... hehehehehe
Mas fora isso, minha auto estima, ou percepção pessoal também não era boa. Eu me achava feia, fora dos padrões, não achava que houvesse alguma coisa pela qual eu me destacasse.
Graças ao Senhor, nunca houve esse tipo de competição entre minhas amigas, nossa única competição era pra ver qual seria o ramo vencedor dos super sábados. Chegava o baile, e se os rapazes não viessem tirar a gente pra danças, nós fazíamos uma rodinha, cada uma escolhia um e depois íamos tirar o escolhido pra sançar na marra. Rio só de lembrar da nossa cara de pau !!!
Eu achava que seria fácil manter minha meta de ir pra missão, pq fora esses caras mto mais velhos esporádicos, eu não recebia essa atenção masculina.
A medida que minha preparação começou, começaram também as piadinhas que eu ia pra missão pra encontrar marido, o que me deixava loca de raiva, pq eu queria servir, meu único desejo era servir.
E assim como na adolescência, fiz muitos amigos entre os elderes e sisteres com quem servi.
A primeira coisa que fiz, quando voltei foi entrar no mundo da internet, pra manter contato com esses meus amigos, e tenho contato com muitos até hoje.
Um deles, que é finalmente o motivo do post, se tornou meu amigo eterno. Como foi o momento em que nos conhecemos e como começamos a namorar, fica pra outro dia. Desse começo , e o motivo do ínicio ser tão longo, é que eu queria compartilhar meus sentimentos na época.
Eu já tinha colocado na minha mente que eu não ia casar, estava cansada de criar expectativas, de fazer metas que não dependiam só de mim para serem realizadas.
Perdi muito tempo me frustando, me sentinfo triste por estar sozinha, não perdia um baile do instituto, por que podia ser naquele em que eu finalmente encontraria meu eleito.
Até que percebi que esse comportamento era destrutivo, não me ajudava em nada, e ainda estava me levando para um caminho depressivo.
Decidi mudar, focar em mim, na faculdade que eu fazia, em sair do estágio para ser full clt, viver a vida de um jeito que me fizesse feliz. Eu ia ser feliz de dentro pra fora, dependendo só de mim pra isso. E foi o que eu fiz mesmo. Ia pro instituto cedo, pra jogar minha sinuca, cantar quando o karaoke estivesse vazio... hehehehe, e comecei a fazer aula de dança com o pessoal do instituto... que coisa mais maravilhosa e libertadora!!!! Agora eu não perdia mais os bailes.... mas era pra dançar mesmo!!! Pra ser feliz e chegar em casa feliz de ter ido, e ir pra cama com essa sensação boa que dançar sempre me deu...
Óbvio, que depois que adotei esse comportamento, não demorou pra chegar o dia em que minha vida mudaria de cabeça pra baixo...
E eu, que acreditava que nunca despertaria essas sensações em um homem, que eu não era bonita o suficiente pra ser desejada, que não era boa o suficiente pra ser a cia de alguem... Estava com meu coração palpitando, quase literalmente saindo pra fora do corpo, pq o que eu já tinha aceitado que não aconteceria, estava acontecendo.
Tinha sim, um homem que tinha essas sensações, que me queria ao lado dele, que me desejava como mulher...
E entrar nessa jornada, me trouxe uma explosão de sentimentos...
Ele foi o primeiro a dizer: Eu te amo.
Eu jurava que o mundo deu uma balançada pra trás naquele momento. Eu recebia declarações lindas, e ficava toda boba, como foi um namoro a distância, cada minuto até nossos encontros eram contados e me pareciam uma eternidade. E como um relógio suiço, tudo foi acontecendo até o ponto em que nos unimos para toda a eternidade.
E nesse ano são 11 anos de dia dos namorados. As canções de amor que eu ouvia na adolescência, suspirando e imaginando, pedindo pra um dia acontecer, agora são minha realidade.
Passamos por um número quase incontável de dificuldades, mas passamos juntos.
E continuamos namorados. Aquela explosão de sentimentos do começo não é mais o mesmo, de uma maneira muito mais profunda, ela continua a existir, de um jeito mais amadurecido.
E hoje eu não posso imaginar em que tipo de pessoa eu me tornaria sem ele ao meu lado. Eu ainda suspiro por aquele sorriso lindo, e risada gostosa... Ainda conto os minutos até que ele volte do trabalho, só pra estarmos juntos.
Ainda me emociona, quando nos separamos no meio da multidão e ao me rever, ele dá aquele mesmo sorriso de quando começamos a namorar. Eu sinto o coração disparar quando isso acontece.
Brigas, briguinhas, aconteceram, acontecem e acontecerão, é verdade.
Somos dois seres imperfeitos tentando alcançar a perfeição juntos.
E de um jeito que eu não sei explicar, 11 anos, muitos kilos e 3 filhos depois, eu o amo ainda mais. Ele ainda é a inspiração para ser e me tornar uma mulher melhor.
Eu entrei no meu casamento com uma música que dizia: "you are the answer to my prayers from up above"... E é mesmo.
E se vc ler isso, saiba que eu te amo muito!!!! Vcé a razão pela qual ainda suspiro toda vez que escuto músicas românticas, por que foi vc que tornou o que dizem essas músicas, realidade.
Como dizíamos no começo do namoro:
Te amo
Te adoro
Te kero

quarta-feira, 27 de março de 2019

Falecimento do meu pai

Eu ainda estava em luto e dor profunda pelo falecimento da minha mãe, e enquanto voltavamos de São Francisco do Sul, meu pai pediu que eu fosse até lá em Itaí e ajudasse ele a limpar a casa e dar um jeito nas coisas dela.
Fiz isso ainda em novembro, no feriado do dia 20, e assim que entrei em casa, minha vontade era de chorar.
Minha mãe tinha recebido algumas de suas irmãs no feriado de 12 de outubro, e assim que elas sairam, nós saimos também, e fomos para Botucatu, pra ficar na casa da minha irmã e perto do hospital da Unesp.
Do mesmo jeito que haviamos deixado a casa, ela estava quando entrei. Sem tirar nem por.
As roupas que mostramos pra ela escolher e fazer a mala para ir pra casa da minha irmã, ainda encima da cama, os restos de comida na geladeira.... Tudo exatamente igual.
Minha irmã Gabriela também foi pra lá e começamos a arrumar e jogar coisas fora.
Mal conseguimos mexer em um quarto, e prometi que voltaria varias vezes até conseguirmos mexer em tudo..
No Natal ele foi pra São Francisco do Sul com minhas irmãs, e no Ano novo, passamos juntos em Botucatu. Fizemos uma atividade juntos, ele tinha prometido que ia levar as netas pra ver Star Wars, e fomos todos juntos.
A passagem do ano foi dificil pra mim, ficamos lá fora vendo os fogos, e depois que todos entraram, fiquei lá fora mais uns minutos com o Dani. Era dificil crer que minha mãe tinha ficado para trás. A partir daquele novo ano, ela não estaria mais junto, e era dificil crer nisso.
Respirei fundo e voltei pra junto do meu pai, que precisava de carinho e atenção.
Voltamos pra São Paulo com a promessa que eu ia voltar no aniversário dele, dia 19, por que ele ia fazer uma cirurgia de catarata e eu ia pra lá cuidar dele.
Na volta, nosso pneu furou duas vezes.
Sem estepe, não podia me aventurar a viajar, e estava sem grana pra comprar um pneu novo.
Minha irmã Camila estava voltando de Londres, ela encontrou um bom rapaz lá que a pediu em casamento, e como ele é brasileiro, de Curitiba, ela voltou antes do visto dela expirar para ficar um pouco com meu pai e dar entrada nos papeis do casamento.
Com a ajuda dela, fomos as duas e meus filhos de onibus para Itaí.
Meu pai não pode nos pegar, tinha ido a uma outra cidade representar a fazenda em alguma coisa.
Quando ele chegou, cansado, nem tiramos foto, e ele foi dormir cedo, por que iria viajar com a Camila no dia seguinte, e foram a Curitiba fazer a cirurgia. 
Quando voltaram de Curitiba, eu tinha feito bolo de abacaxi invertido e empadão de frango pra ele, mas ele mal comeu, tinha dias que reclamava de dores abdominais, chegou a fazer uma ultra, mas não tinha dado nada de anormal.
Foi dormir cedo de novo, pra descansar da viagem e poder ir traballhar no dia seguinte.
Quando chegou do trabalho, foi pro quarto descansar um pouco, estava com dor e ainda cansado da viagem. Eu tinha feito salada de frutas pra ele, ele até comeu, mas vomitou tudo depois.
Eu e minha irmã ficamos caladas, entretendo as crianças pra elas não ficarem de algazarra e ele poder descansar. Quando se sentiu melhor, foi estudar a aula do instituto, ficou um pouco com a gente assistindo filme e fizemos oração juntos e ele foi pra cama.
No dia seguinte, ele saiu sem chamar a gente pra fazer oração, acredito que para não acordar as crianças. Eu só ouvi que ele estava saindo quando ele abriu o portão pra sair com o carro.
Estavamos a tarde, conversando sobre o que fazer pro jantar que fosse leve pra ele comer a não passar mal de novo, e ele me liga. 
Estava passando mal e tinha sido levado ára a Santa casa por um colega de trabalho.
A ligação estava ruim, eu disse que ia desligar e ligar pra ele do fixo da casa dele, pra tentar uma qualidade melhor de ligação.
Ele já não atendeu mais. Quem atendeu foi o colega, dizendo que tinha dado alteração no exame de sangue dele e ele estava sendo internado, e que pedia pra gente levar as coisas dele.
Como ele havia acabado de voltar de Curitiba, arrumar as coisas dele foi muito rápido, pegamos as crianças e fomos pro hospital. Chegamos lá em meia hora.
Como as crianças estavam comigo e elas não podiam entrar, a Camila entrou pra ficar com ele.
Quando ela cheogu no quarto, disse que ele já não falava mais coisa com coisa, e teve 4 convulsões ao longo da madrugada.
Teve sua transferencia para a Unesp negada, e lá onde ele estava, sem recursos, os médicos não sabiam dizer o que estava acontecendo.
Esperei apenas o raiar do dia para começar a ligar e tentar a transferencia do meu pai, para qualquer lugar com mais recursos.
Para entrar com ordem juducial, precisava do papel em que a Unesp dizia por que estava negando a transferencia  dele, então arrumei as crianças, e fui pro hospital, e troquei com minha irmã, ela ia ficar com as crianças e ia levar o papel no forum, e eu ia ficar com o meu pai até sair a ordem judicial, para que a Camila pudesse descansar um pouco e acompanhar ele na transferencia.
Quando entrei no quarto, ele estava num estado adormecido. Estava assim desde a ultima convulsão.
Ele suava frio, a temperatura estava muito baixa, 34 graus. A glicose estava alta e ele precisava de insulina.O enfermeiro saiu pra pegar isso e a medicação, e eu fiquei do lado dele, sem conseguir dizer pra ele, vai, por que eu não queria que ele fosse, mas também não conseguia dizer fica, por que sabia que ele estava em depressão profunda, e por mais que eu ficasse breves periodos com ele, ele sempre estaria sozinho naquela casa...
Eu secava o suor da testa dela, e só dizia, eu te amo, eu to aqui contigo, eu te amo.
O enfermeiro voltou, e mudei de lado pra que ele pudesse fazer o que precisava, vi o rosto dele se contorcer quando o enfermeiro teve dificuldade em achar a veia dele.
Com a dificuldade, outros enfermeiros vieram, e eu orava pra que se fosse minha mãe que fosse busca-lo, que eu não visse.
Esqueci de dizer, mas além das convulsões, o que fez ele ser internado foi que o exame apontava alguma coisa errada com o fígado. A Camila disse que ele estava com os olhos amarelados, quando eu troquei com ela, ele estava com o corpo todo amarelão.
Eu senti que ia terminar ali. 
A enfermeira chefe veio pro quarto, olhou meu pai e automaticamente pediu pra que eu saisse do quarto. O médico veio e fecharam as portas. Quando as portas abriram novamente, foi com o médico saindo do quarto, e me dizendo que poderia comunicar aos outros familiares que meu pai tinha falecido.
Eu cai no corredor e chorei desesperada. Os enfermeiros vieram me acudir, e eu pedi pra eles me deixarem ali mesmo. Por que quando eu levantasse, tinha que por a dor de lado e pensar em tudo. Não sabia se com o falecimento recente da minha mãe, se meus irmãos iam aguentar a noticia, ainda mais de um falecimento tão rápido e sem explicação.
E assim foi. Liguei pro Dani ainda chorando, mas depois, tive que secar as lagrimas e seguir em frente. 
Ele foi sepultado ao lado da minha mãe.
No fim da vida, já com seus espiritos do outro lado do véu, eles finalmente foram para a cidade onde sonhavam viver até o fim de suas vidas.
O atestado médico indica falha aguda do fígado.
O coração atesta uma saudade profunda do amor da vida dele.
Em vida sempre permaneceram juntos, e em morte não puderam ficar separados.
Cumprimos o que haviamos prometido a minha mãe, cuidamos dele até o final.
O funeral dos dois foi cheio de amigos e pessoas que quiseram homenagea-los uma ultima vez, e o amor deles, sempre foi mencionado em todos os momentos.
Ele parecia estar bem, continuou com a vida dele, aceitou novo chamado como Pres do Ramo, e continuou servindo.
Mas internamente, a cada dia, ele morria um pouco sem ela.
Como pode o Chero, permanecer após a morte da Flor ?
Com eles aprendi quase tudo na vida, a eles devo tudo que sou, minha fé no que em ensinaram, minha gratidão por tudo que sacrificaram por mim.
Passei um período breve em Itaí, para dar continuidade aos procedimentos legais, e recebo uma ligação numa tarde, pouco tempo depois, do Dani aos prantos, por que num exame de rotina, descobrimos que o cancêr do meu sogro voltou.
Tive que por minha dor no bolso, pra voltar pra casa e ajudar meu esposo.
Com meu pai tão cansado, não tiramos uma foto juntos na ultima vez que passamos esses dias juntos.
Então as fotos do Ano Novo, são as ultimas que temos juntos.
Passei por um período de luto muito dolorido, apesar de nunca ter perdido a fé, foi um período de dor muito grande.
Mas no fim, a gente tem que levantar e seguir em frente. Com as crianças, não me perdi por completo, e tive que manter a sanidade acima da dor.
Nunca imaginei perder os dois num periodo de tempo tão curto .
Ainda assim, encontrei nessa mudança pra São Paulo, um motivo para agradecer ao Senhor, por ter estado tão perto deles nos ultimos meses, poder ter ido ao funeral e sepultamento dos dois, e me despedir uma ultima vez.

Falecimento da minha mãe

Essa foto no dia da benção do Ethan, se tornou emblemática. Foi a ultima foto que tiramos com toda a família.
E graças ao Senhor, meus pais ainda tiveram a chance de conhecer seu netinho
Com a mudança para São Paulo, fui abençoada com a chance de estar perto dos meus pais. Desde julho, no dia da benção, nós nos vemos todos os meses.
Até minha mãe passar mal e ser internada com falta de ar, em outubro. Desde a internação, até o fim da sua vida, teve que fazer uso de oxigenio constante.
Fomos todos pra lá, menos a Camy, que tinha ido pra Inglaterra, e tiramos uma ultima foto juntos
Eu fiquei lá com ela, tive que ver meu pai voltar arrasado da ultima consulta com o oncologista, por que o tratamento foi encerrado, e ele deu semanas de vida a ela.
Nessa altura, o cancêr já tinha se espalhado e tinha chego aos quadris.
Num raro momento em que meu pai dormiu, eu, minha irmã e meu cunhado conversamos com ela, que tinha perdido muito da sua lucidez e capacidade, devido aos fortes medicamentos que tomava, mas que naquele momento, estava lucida. Ela chorou copiosamente, dizendo se sentir pronta para encontrar com seu Criador, com a consciência tranquila que havia feito tudo que precisava, sabendo que tinha sido obediente até o final. Seu único medo trazido pela morte, era deixar meu pai sozinho.
Nós 3 nos comprometemos a dedicar o mesmo amor e atenção que havíamos dedicado a ela, dedicar a ele.
No mesmo dia, ela passou mal, meu pai veio m e chamar, dizendo, Pri, eu acho que a mãe se foi... Pulei da cama, e no curto trajeto até o leito da cama, fiz uma rápida oração pedindo ao Senhor, clareza de pensamentos naquele momento. Ela não reagia a estimulos, e tinha uma pulsação muito fraca. Chamamos o Samu, e enquanto esperavamos, meu pai deu uma benção nela, para que se fosse a vontade do Senhor, partisse em paz.
Enquanto eu estava arrumando ela para a chegada do Samu, ela voltou a si, confusa, sem saber o que estava acontecendo. Após eu explicar, ela falou com cada um de nós individualmente, ligamos para os outros filhos, e ela se despediu de todos.
Quando o Samu chegou, eles a levaram apenas para reestabelecer seus sinais e a deixar em observação, o paramédico disse que nesse caso, não haveria nada o que fazer.
Ela recebeu alta no dia seguinte e voltou pra casa.
Recebi uma ligação, informando que tinha saído a vaga da escola para a Melissa, e após esperar e meses, voltei para São Paulo, para fazer a matricula dela, com a promessa que voltaria no feriado de  de novembro.
O Dani foi me buscar, e na noite anterior, quando fui dar o remedio da madrugada, ficamos conversando até dar a hora do primeiro remedio da manhã.
O tempo toda lucida, e falando sem dificuldades de respiração.
Ela me deu conselhos, avaliamos tudo pelo que haviamos passado juntas, compartilhamos lembranças, rimos, e ela me disse que estava feliz pela mulher e mãe que eu havia me tornado.
Quando o Dani chegou, ela começou a chorar, estava sem voz devido ao esforço em falar comigo, e gesticulava, dizendo pro Dani ir embora. Ela não queria que eu voltasse para São Paulo.
O feriado do dia 2 era numa quinta, e o Dani foi escalado para trabalhar na sexta. 
Liguei pra ela pra avisar que eu iria no proximo feriado, dia 15.
No dia 3, as meninas tinham ido dormir na casa dos avós paternos, que a essa altura também tinham se mudado para São Paulo, e eu estava saindo para ir ao mercado comprar fraldas pro Ethan quando minha irmã ligou dizendo que minha mãe estava em crise, não conseguia respirar.
Falei com ela, dizendo pra ela ficar calma, que tudo ia ficar bem, pra ela não ficar com minhocas na cabeça. Disse pra ela tentar se controlar e tentar respirar longamente, que assim ela ia conseguir voltar a respirar normalmente.
Eu precisava mesmo ir pegar as fraldas, disse que eu a amava, e pra ela ficar tranquila por que o proximo feriado era em alguns dias  e eu ia voltar pra ficar com ela. Desliguei e fui ao mercado.
Quando voltei pra casa, assim que entrei em casa meu celular começou a receber muitas mensagens. 
Meu coração disparou na hora, eu sabia o que era.
Quando minha mãe finalmente conseguiu se acalmar, partiu desse mundo, e deixou para trás toda dor e sofrimento que a doença estava causando.
Mesmo sabendo que isso estava prestes a acontecer, as vezes até pedindo que acontecesse pra não ver mais ela sofrer, descobri que nunca se está preparado para se perder a mãe.
A primeira coisa que pedi ao Dani foi uma benção, para que meu leite não secasse, e nos preparamos para ir ao funeral.
Ela sempre dizia que não queria ninguém chorando em cima do caixão dela, mas eu não conseguia reunir forças e chorei copiosamente. 
Minha irmã Gabriela conseguiu se controlar, e dar apoio pro meu pai. 
Minha mãe foi sepultada na cidade onde nasceu, São Francisco do Sul, onde ela e meu pai tinham o desejo de passar sua velhice.
Após o enterro, eu sai para mostrar um pouco da cidade pro Dani, e nossa conversa e principal preocupação eram com meu pai. Ele não chorou, apenas no momento que ela faleceu, e durante todo o serviço funebre e enterro, nada. Isso ligou um alerta em mim, que ele não estava bem, estava em choque.
Parei de chorar por ela, por que daquele momento em diante, minha preocupação era ele.
Essa foi a ultima foto que tiramos juntos, e acompanhando todas as fotos do post dá pra ver como a doença acabou com ela:

Benção do Ethan e mudança para São Paulo

O Dani trabalhava com uma ex colega de trabalho dele já tinha quase dois anos. Eu fiquei 1 semana internada, e durante esse tempo todo ele cuidou de mim.
Sem entrar em muitos detalhes, na segunda feira, enquanto se preparava para ir para o cliente daquele dia da semana, ele recebeu uma ligação, desse mesmo cliente, pra saber pq um técnico de uma empresa concorrente estava tentando entrar no escritório deles para realizar a manuntenção.
Foi dessa maneira, que ele descobriu que ela tinha vendido todos os clientes para o concorrente.
Estavamos mal financeiramente, fazia 1 ano e pouco que procuravamos casa em bairros mais afastados pra diminuir o aluguel, alias, estavamos mal pq 1 ano antes a proposta dessa ex colega foi reduzir o salario dele, ou manda-lo embora.
Com o gasto para tirar o carro do pátio do Detran, estavamos mais mal ainda, e pensando, o que íriamos fazer !!!!
Depositamos no Senhor nossa confiança, e no mesmo dia o Dani já acionou a rede de contatos dele para voltar o quanto antes ao mercado de trabalho.
Apesar da situação financeira dificil, tínhamos um momento celestial para vivermos, que seria a benção do Ethan, e as condições de saúde da minha mãe e da avó do Dani, não permitiam a elas fazer a longa viagem para o Rio de Janeiro.
Decidimos fazer a benção em Campinas, e todos se mobilizaram para nos ajudar e conseguirmos fazer tudo.
Sem a pressa para voltar pro Rio de Janeiro por causa de trabalho, decidimos ficar uns dias em Campinas e procurar novas oportunidades. Veio então um convite para entrevista em São Paulo, e viemos para cá, e cerca de duas semanas depois, ele estava empregado.
Procuramos casa perto do templo, eu queria muito ficar perto dele, mas apesar de ter encontrado uma casa que me apaixonei, os donos foram inflexiveis na negociação.
Voltamos tristes para casa do meu cunhado, onde estavamos hospedados, e eu orei pro Senhor nos abençoar. Para conseguirmos uma casa guiados por Ele, como tinha sido nossa experiência quando compramos o carro.
Passamos de volta na frente de uma casa boa, mas que eu não gostei por ter escada ingrime, para sentir se era ali que deveriamos ficar.
Ficamos uns minutos estacionados, e nada. Enquanto o Dani dava a volta, pedi pra ele em vez de dar a volta, seguir reto na mesma rua.
Paramos em frente a uma casa que estava para alugar, olhamos, gostamos, marcamos uma visita e quando estavamos saindo, os elderes passaram por nós. Pra mim, um bom sinal.
De uma maneir que nunca tinha visto, foi tudo tão rápido quanto eu havia pedido, e voltamos para o Rio de Janeiro com a casa alugada e um emprego pro Dani.

Me senti muito humilde, por ver como tudo correu de modo tão rápido, e em como o Senhor nos abençoou tão abundantemente. 1 ano procurando casas no Rio, e nada. 2 meses procurando emprego, e nada. Em apenas algumas semanas aqui, fomos abençoados com não só as janelas do céu, mas todas as portas do céu abertas também !!!
A benção foi no primeiro domingo de julho, em agosto eu estava mudando para São Paulo !!!!
Só o Senhor sabe como me sinto grata,  como ele me ajudou,, por que em dias, recem operada, com 3 filhos, eu e o Dani conseguimos organizar a mudança, não só de casa, mas como de estado!!!!
Foi uma das mais ternas experiências que pude viver até hoje.