quarta-feira, 27 de março de 2019

Falecimento do meu pai

Eu ainda estava em luto e dor profunda pelo falecimento da minha mãe, e enquanto voltavamos de São Francisco do Sul, meu pai pediu que eu fosse até lá em Itaí e ajudasse ele a limpar a casa e dar um jeito nas coisas dela.
Fiz isso ainda em novembro, no feriado do dia 20, e assim que entrei em casa, minha vontade era de chorar.
Minha mãe tinha recebido algumas de suas irmãs no feriado de 12 de outubro, e assim que elas sairam, nós saimos também, e fomos para Botucatu, pra ficar na casa da minha irmã e perto do hospital da Unesp.
Do mesmo jeito que haviamos deixado a casa, ela estava quando entrei. Sem tirar nem por.
As roupas que mostramos pra ela escolher e fazer a mala para ir pra casa da minha irmã, ainda encima da cama, os restos de comida na geladeira.... Tudo exatamente igual.
Minha irmã Gabriela também foi pra lá e começamos a arrumar e jogar coisas fora.
Mal conseguimos mexer em um quarto, e prometi que voltaria varias vezes até conseguirmos mexer em tudo..
No Natal ele foi pra São Francisco do Sul com minhas irmãs, e no Ano novo, passamos juntos em Botucatu. Fizemos uma atividade juntos, ele tinha prometido que ia levar as netas pra ver Star Wars, e fomos todos juntos.
A passagem do ano foi dificil pra mim, ficamos lá fora vendo os fogos, e depois que todos entraram, fiquei lá fora mais uns minutos com o Dani. Era dificil crer que minha mãe tinha ficado para trás. A partir daquele novo ano, ela não estaria mais junto, e era dificil crer nisso.
Respirei fundo e voltei pra junto do meu pai, que precisava de carinho e atenção.
Voltamos pra São Paulo com a promessa que eu ia voltar no aniversário dele, dia 19, por que ele ia fazer uma cirurgia de catarata e eu ia pra lá cuidar dele.
Na volta, nosso pneu furou duas vezes.
Sem estepe, não podia me aventurar a viajar, e estava sem grana pra comprar um pneu novo.
Minha irmã Camila estava voltando de Londres, ela encontrou um bom rapaz lá que a pediu em casamento, e como ele é brasileiro, de Curitiba, ela voltou antes do visto dela expirar para ficar um pouco com meu pai e dar entrada nos papeis do casamento.
Com a ajuda dela, fomos as duas e meus filhos de onibus para Itaí.
Meu pai não pode nos pegar, tinha ido a uma outra cidade representar a fazenda em alguma coisa.
Quando ele chegou, cansado, nem tiramos foto, e ele foi dormir cedo, por que iria viajar com a Camila no dia seguinte, e foram a Curitiba fazer a cirurgia. 
Quando voltaram de Curitiba, eu tinha feito bolo de abacaxi invertido e empadão de frango pra ele, mas ele mal comeu, tinha dias que reclamava de dores abdominais, chegou a fazer uma ultra, mas não tinha dado nada de anormal.
Foi dormir cedo de novo, pra descansar da viagem e poder ir traballhar no dia seguinte.
Quando chegou do trabalho, foi pro quarto descansar um pouco, estava com dor e ainda cansado da viagem. Eu tinha feito salada de frutas pra ele, ele até comeu, mas vomitou tudo depois.
Eu e minha irmã ficamos caladas, entretendo as crianças pra elas não ficarem de algazarra e ele poder descansar. Quando se sentiu melhor, foi estudar a aula do instituto, ficou um pouco com a gente assistindo filme e fizemos oração juntos e ele foi pra cama.
No dia seguinte, ele saiu sem chamar a gente pra fazer oração, acredito que para não acordar as crianças. Eu só ouvi que ele estava saindo quando ele abriu o portão pra sair com o carro.
Estavamos a tarde, conversando sobre o que fazer pro jantar que fosse leve pra ele comer a não passar mal de novo, e ele me liga. 
Estava passando mal e tinha sido levado ára a Santa casa por um colega de trabalho.
A ligação estava ruim, eu disse que ia desligar e ligar pra ele do fixo da casa dele, pra tentar uma qualidade melhor de ligação.
Ele já não atendeu mais. Quem atendeu foi o colega, dizendo que tinha dado alteração no exame de sangue dele e ele estava sendo internado, e que pedia pra gente levar as coisas dele.
Como ele havia acabado de voltar de Curitiba, arrumar as coisas dele foi muito rápido, pegamos as crianças e fomos pro hospital. Chegamos lá em meia hora.
Como as crianças estavam comigo e elas não podiam entrar, a Camila entrou pra ficar com ele.
Quando ela cheogu no quarto, disse que ele já não falava mais coisa com coisa, e teve 4 convulsões ao longo da madrugada.
Teve sua transferencia para a Unesp negada, e lá onde ele estava, sem recursos, os médicos não sabiam dizer o que estava acontecendo.
Esperei apenas o raiar do dia para começar a ligar e tentar a transferencia do meu pai, para qualquer lugar com mais recursos.
Para entrar com ordem juducial, precisava do papel em que a Unesp dizia por que estava negando a transferencia  dele, então arrumei as crianças, e fui pro hospital, e troquei com minha irmã, ela ia ficar com as crianças e ia levar o papel no forum, e eu ia ficar com o meu pai até sair a ordem judicial, para que a Camila pudesse descansar um pouco e acompanhar ele na transferencia.
Quando entrei no quarto, ele estava num estado adormecido. Estava assim desde a ultima convulsão.
Ele suava frio, a temperatura estava muito baixa, 34 graus. A glicose estava alta e ele precisava de insulina.O enfermeiro saiu pra pegar isso e a medicação, e eu fiquei do lado dele, sem conseguir dizer pra ele, vai, por que eu não queria que ele fosse, mas também não conseguia dizer fica, por que sabia que ele estava em depressão profunda, e por mais que eu ficasse breves periodos com ele, ele sempre estaria sozinho naquela casa...
Eu secava o suor da testa dela, e só dizia, eu te amo, eu to aqui contigo, eu te amo.
O enfermeiro voltou, e mudei de lado pra que ele pudesse fazer o que precisava, vi o rosto dele se contorcer quando o enfermeiro teve dificuldade em achar a veia dele.
Com a dificuldade, outros enfermeiros vieram, e eu orava pra que se fosse minha mãe que fosse busca-lo, que eu não visse.
Esqueci de dizer, mas além das convulsões, o que fez ele ser internado foi que o exame apontava alguma coisa errada com o fígado. A Camila disse que ele estava com os olhos amarelados, quando eu troquei com ela, ele estava com o corpo todo amarelão.
Eu senti que ia terminar ali. 
A enfermeira chefe veio pro quarto, olhou meu pai e automaticamente pediu pra que eu saisse do quarto. O médico veio e fecharam as portas. Quando as portas abriram novamente, foi com o médico saindo do quarto, e me dizendo que poderia comunicar aos outros familiares que meu pai tinha falecido.
Eu cai no corredor e chorei desesperada. Os enfermeiros vieram me acudir, e eu pedi pra eles me deixarem ali mesmo. Por que quando eu levantasse, tinha que por a dor de lado e pensar em tudo. Não sabia se com o falecimento recente da minha mãe, se meus irmãos iam aguentar a noticia, ainda mais de um falecimento tão rápido e sem explicação.
E assim foi. Liguei pro Dani ainda chorando, mas depois, tive que secar as lagrimas e seguir em frente. 
Ele foi sepultado ao lado da minha mãe.
No fim da vida, já com seus espiritos do outro lado do véu, eles finalmente foram para a cidade onde sonhavam viver até o fim de suas vidas.
O atestado médico indica falha aguda do fígado.
O coração atesta uma saudade profunda do amor da vida dele.
Em vida sempre permaneceram juntos, e em morte não puderam ficar separados.
Cumprimos o que haviamos prometido a minha mãe, cuidamos dele até o final.
O funeral dos dois foi cheio de amigos e pessoas que quiseram homenagea-los uma ultima vez, e o amor deles, sempre foi mencionado em todos os momentos.
Ele parecia estar bem, continuou com a vida dele, aceitou novo chamado como Pres do Ramo, e continuou servindo.
Mas internamente, a cada dia, ele morria um pouco sem ela.
Como pode o Chero, permanecer após a morte da Flor ?
Com eles aprendi quase tudo na vida, a eles devo tudo que sou, minha fé no que em ensinaram, minha gratidão por tudo que sacrificaram por mim.
Passei um período breve em Itaí, para dar continuidade aos procedimentos legais, e recebo uma ligação numa tarde, pouco tempo depois, do Dani aos prantos, por que num exame de rotina, descobrimos que o cancêr do meu sogro voltou.
Tive que por minha dor no bolso, pra voltar pra casa e ajudar meu esposo.
Com meu pai tão cansado, não tiramos uma foto juntos na ultima vez que passamos esses dias juntos.
Então as fotos do Ano Novo, são as ultimas que temos juntos.
Passei por um período de luto muito dolorido, apesar de nunca ter perdido a fé, foi um período de dor muito grande.
Mas no fim, a gente tem que levantar e seguir em frente. Com as crianças, não me perdi por completo, e tive que manter a sanidade acima da dor.
Nunca imaginei perder os dois num periodo de tempo tão curto .
Ainda assim, encontrei nessa mudança pra São Paulo, um motivo para agradecer ao Senhor, por ter estado tão perto deles nos ultimos meses, poder ter ido ao funeral e sepultamento dos dois, e me despedir uma ultima vez.

Falecimento da minha mãe

Essa foto no dia da benção do Ethan, se tornou emblemática. Foi a ultima foto que tiramos com toda a família.
E graças ao Senhor, meus pais ainda tiveram a chance de conhecer seu netinho
Com a mudança para São Paulo, fui abençoada com a chance de estar perto dos meus pais. Desde julho, no dia da benção, nós nos vemos todos os meses.
Até minha mãe passar mal e ser internada com falta de ar, em outubro. Desde a internação, até o fim da sua vida, teve que fazer uso de oxigenio constante.
Fomos todos pra lá, menos a Camy, que tinha ido pra Inglaterra, e tiramos uma ultima foto juntos
Eu fiquei lá com ela, tive que ver meu pai voltar arrasado da ultima consulta com o oncologista, por que o tratamento foi encerrado, e ele deu semanas de vida a ela.
Nessa altura, o cancêr já tinha se espalhado e tinha chego aos quadris.
Num raro momento em que meu pai dormiu, eu, minha irmã e meu cunhado conversamos com ela, que tinha perdido muito da sua lucidez e capacidade, devido aos fortes medicamentos que tomava, mas que naquele momento, estava lucida. Ela chorou copiosamente, dizendo se sentir pronta para encontrar com seu Criador, com a consciência tranquila que havia feito tudo que precisava, sabendo que tinha sido obediente até o final. Seu único medo trazido pela morte, era deixar meu pai sozinho.
Nós 3 nos comprometemos a dedicar o mesmo amor e atenção que havíamos dedicado a ela, dedicar a ele.
No mesmo dia, ela passou mal, meu pai veio m e chamar, dizendo, Pri, eu acho que a mãe se foi... Pulei da cama, e no curto trajeto até o leito da cama, fiz uma rápida oração pedindo ao Senhor, clareza de pensamentos naquele momento. Ela não reagia a estimulos, e tinha uma pulsação muito fraca. Chamamos o Samu, e enquanto esperavamos, meu pai deu uma benção nela, para que se fosse a vontade do Senhor, partisse em paz.
Enquanto eu estava arrumando ela para a chegada do Samu, ela voltou a si, confusa, sem saber o que estava acontecendo. Após eu explicar, ela falou com cada um de nós individualmente, ligamos para os outros filhos, e ela se despediu de todos.
Quando o Samu chegou, eles a levaram apenas para reestabelecer seus sinais e a deixar em observação, o paramédico disse que nesse caso, não haveria nada o que fazer.
Ela recebeu alta no dia seguinte e voltou pra casa.
Recebi uma ligação, informando que tinha saído a vaga da escola para a Melissa, e após esperar e meses, voltei para São Paulo, para fazer a matricula dela, com a promessa que voltaria no feriado de  de novembro.
O Dani foi me buscar, e na noite anterior, quando fui dar o remedio da madrugada, ficamos conversando até dar a hora do primeiro remedio da manhã.
O tempo toda lucida, e falando sem dificuldades de respiração.
Ela me deu conselhos, avaliamos tudo pelo que haviamos passado juntas, compartilhamos lembranças, rimos, e ela me disse que estava feliz pela mulher e mãe que eu havia me tornado.
Quando o Dani chegou, ela começou a chorar, estava sem voz devido ao esforço em falar comigo, e gesticulava, dizendo pro Dani ir embora. Ela não queria que eu voltasse para São Paulo.
O feriado do dia 2 era numa quinta, e o Dani foi escalado para trabalhar na sexta. 
Liguei pra ela pra avisar que eu iria no proximo feriado, dia 15.
No dia 3, as meninas tinham ido dormir na casa dos avós paternos, que a essa altura também tinham se mudado para São Paulo, e eu estava saindo para ir ao mercado comprar fraldas pro Ethan quando minha irmã ligou dizendo que minha mãe estava em crise, não conseguia respirar.
Falei com ela, dizendo pra ela ficar calma, que tudo ia ficar bem, pra ela não ficar com minhocas na cabeça. Disse pra ela tentar se controlar e tentar respirar longamente, que assim ela ia conseguir voltar a respirar normalmente.
Eu precisava mesmo ir pegar as fraldas, disse que eu a amava, e pra ela ficar tranquila por que o proximo feriado era em alguns dias  e eu ia voltar pra ficar com ela. Desliguei e fui ao mercado.
Quando voltei pra casa, assim que entrei em casa meu celular começou a receber muitas mensagens. 
Meu coração disparou na hora, eu sabia o que era.
Quando minha mãe finalmente conseguiu se acalmar, partiu desse mundo, e deixou para trás toda dor e sofrimento que a doença estava causando.
Mesmo sabendo que isso estava prestes a acontecer, as vezes até pedindo que acontecesse pra não ver mais ela sofrer, descobri que nunca se está preparado para se perder a mãe.
A primeira coisa que pedi ao Dani foi uma benção, para que meu leite não secasse, e nos preparamos para ir ao funeral.
Ela sempre dizia que não queria ninguém chorando em cima do caixão dela, mas eu não conseguia reunir forças e chorei copiosamente. 
Minha irmã Gabriela conseguiu se controlar, e dar apoio pro meu pai. 
Minha mãe foi sepultada na cidade onde nasceu, São Francisco do Sul, onde ela e meu pai tinham o desejo de passar sua velhice.
Após o enterro, eu sai para mostrar um pouco da cidade pro Dani, e nossa conversa e principal preocupação eram com meu pai. Ele não chorou, apenas no momento que ela faleceu, e durante todo o serviço funebre e enterro, nada. Isso ligou um alerta em mim, que ele não estava bem, estava em choque.
Parei de chorar por ela, por que daquele momento em diante, minha preocupação era ele.
Essa foi a ultima foto que tiramos juntos, e acompanhando todas as fotos do post dá pra ver como a doença acabou com ela:

Benção do Ethan e mudança para São Paulo

O Dani trabalhava com uma ex colega de trabalho dele já tinha quase dois anos. Eu fiquei 1 semana internada, e durante esse tempo todo ele cuidou de mim.
Sem entrar em muitos detalhes, na segunda feira, enquanto se preparava para ir para o cliente daquele dia da semana, ele recebeu uma ligação, desse mesmo cliente, pra saber pq um técnico de uma empresa concorrente estava tentando entrar no escritório deles para realizar a manuntenção.
Foi dessa maneira, que ele descobriu que ela tinha vendido todos os clientes para o concorrente.
Estavamos mal financeiramente, fazia 1 ano e pouco que procuravamos casa em bairros mais afastados pra diminuir o aluguel, alias, estavamos mal pq 1 ano antes a proposta dessa ex colega foi reduzir o salario dele, ou manda-lo embora.
Com o gasto para tirar o carro do pátio do Detran, estavamos mais mal ainda, e pensando, o que íriamos fazer !!!!
Depositamos no Senhor nossa confiança, e no mesmo dia o Dani já acionou a rede de contatos dele para voltar o quanto antes ao mercado de trabalho.
Apesar da situação financeira dificil, tínhamos um momento celestial para vivermos, que seria a benção do Ethan, e as condições de saúde da minha mãe e da avó do Dani, não permitiam a elas fazer a longa viagem para o Rio de Janeiro.
Decidimos fazer a benção em Campinas, e todos se mobilizaram para nos ajudar e conseguirmos fazer tudo.
Sem a pressa para voltar pro Rio de Janeiro por causa de trabalho, decidimos ficar uns dias em Campinas e procurar novas oportunidades. Veio então um convite para entrevista em São Paulo, e viemos para cá, e cerca de duas semanas depois, ele estava empregado.
Procuramos casa perto do templo, eu queria muito ficar perto dele, mas apesar de ter encontrado uma casa que me apaixonei, os donos foram inflexiveis na negociação.
Voltamos tristes para casa do meu cunhado, onde estavamos hospedados, e eu orei pro Senhor nos abençoar. Para conseguirmos uma casa guiados por Ele, como tinha sido nossa experiência quando compramos o carro.
Passamos de volta na frente de uma casa boa, mas que eu não gostei por ter escada ingrime, para sentir se era ali que deveriamos ficar.
Ficamos uns minutos estacionados, e nada. Enquanto o Dani dava a volta, pedi pra ele em vez de dar a volta, seguir reto na mesma rua.
Paramos em frente a uma casa que estava para alugar, olhamos, gostamos, marcamos uma visita e quando estavamos saindo, os elderes passaram por nós. Pra mim, um bom sinal.
De uma maneir que nunca tinha visto, foi tudo tão rápido quanto eu havia pedido, e voltamos para o Rio de Janeiro com a casa alugada e um emprego pro Dani.

Me senti muito humilde, por ver como tudo correu de modo tão rápido, e em como o Senhor nos abençoou tão abundantemente. 1 ano procurando casas no Rio, e nada. 2 meses procurando emprego, e nada. Em apenas algumas semanas aqui, fomos abençoados com não só as janelas do céu, mas todas as portas do céu abertas também !!!
A benção foi no primeiro domingo de julho, em agosto eu estava mudando para São Paulo !!!!
Só o Senhor sabe como me sinto grata,  como ele me ajudou,, por que em dias, recem operada, com 3 filhos, eu e o Dani conseguimos organizar a mudança, não só de casa, mas como de estado!!!!
Foi uma das mais ternas experiências que pude viver até hoje.


Ethan

No meio de todas as dificuldades que enfrentamos, fomos abençoados com mais uma gravidez...
Já tinhamos duas meninas, e eu sinceramente não me importava se vinha menino ou não, por que se fosse outra menina, já tinhamos a experiência e coisas necessárias.
Depois que a Carolina nasceu, os custos para manter as meninas com outra pessoa ou em creche, se tornaram inviaveis, e eu realizei meu sonho de ser mãe em tempo integral, mas isso também significou não termos mais plano de saúde.
Foi uma gestação super tranquila, graças ao Senhor, com uma pequena crise de calculo renal no começo, mas fora isso a hipemerese logo passou, e pude desfrutar mais estar gravida.
Com 14 semanas de gestação apenas, fiz uma ultra em que pude ver o sexo do bebe... Menino !!!!!!!!!!!!!
Fiquei tão radiante quanto apavorada, seria uma experiência totalmente nova pra mim.
O primeiro neto, dos dois lados !!!!!
Graças ao Senhor, correu tudo tranquilamente, por que fazer pre nata no SUS é pros fortes !!!!
Talvez até funcione para gestações sem intercorrencias, o que não é o meu caso, eu tenho hipotireoidismo, o que torna minhas gestações de risco.
Esse ano também foi o primeiro da Melissa na escola, eu colocava a Carolina no carrinho, a Melissa ia segurando nele, e eu empurrando carrinho, filha e barrigão... Isso foi muito bom, fiquei bem e disposta até o fim da gestação por causa dessa caminhada diária.
Depois de muito bater pé, consegui ser removida para um acompanhamento de risco. Até os 5 meses, fiz o pré natal só com enfermeira, orando muito e pedindo pro hormonio da tireoide estar no nivel certo. 
E chegamos a reta final da gestação... Na ultima consulta a obstetra queria me internar no mesmo dia, mas eu não quis, era uma quarta feira, e naquele domingo seria dia das mães... Eu queria ficar com minhas filhotinhas nesse dia. Concordamos que eu seria internada na segunda feira.
Apesar de muito boa, a obstetra chegava tarde e atendia por ordem de chegada, o que significava para nós, estar lá bem cedo para sermos os primeiros.
Saímos da consulta, para descobrir que devido a uma poda de arvore que acontecia naquela rua, nosso carro havia sido rebocado. Depois de aguentar pancada atras de pancada sem reclamar, eu desabei. Sentei no meio fio e chorei como há muito tempo não chorava. Minha sorte era estar em frente a maternidade, porque achei que ia entrar em trabalho de parto.
Estavamos financeiramente mal, o carro estava com dividas, e estava no meu nome. Se eu não resolvesse até sexta, teria que esperar sair da maternidade pra resolver isso.
Tentei me controlar, por que alguem chamou enfermeiras, que foram até onde eu estava pra me levar pra dentro. E eu sabia que se entrasse, não sairia mais.
Com ajuda, conseguimos resolver tudo.
Dei entrada na segunda de manhã, levei um crochê pra relaxar.
Sempre fui abençoada e gozei de boa saúde, foi minha primeira vez em enfermaria, estava com outras 5 gestantes.
Na segunda troca de plantão, fizeram exame de toque, e eu já estava com 4 dedos de dilatação... PEdi o que pedi a gestação inteira, eu queria parto normal !!!! E essa equipe estava disposta a fazer !!! Passei a ficar em observação, pq já tinha entrado em trabalho de parto, mas nada das contrações entrarem no ritmo... tinham um intervalo muito grande entre elas.
Na quarta de manhã bem cedo, queriam me levar pra cesarea, e eu implorei para esperarem o Dani chegar, quando ele chegou, eu fui pro centro cirurgico.
Mais uma vez, tive que agradecer ao Senhor por nem todas as nossas orações serem atendidas.
Apesar da maneira grosseira que tudo aconteceu, como por exemplo nem deixarem eu ver o Dani o tempo todo, e quando ele pediu pra ficar comigo, mandaram ele calar a boca e ficar senado onde tinham colocado ele, ou ele seria retirado, mas ainda sim, por eu estar sendo aberta pela terceira vez, verificaram que meu útero não tem condições de engravidar de novo.
Uma nova gestação, me colocaria em risco de vida, por que o meu utero não aguentaria expandir.
Se tudo tivesse acontecido como eu queria, teria sido parto normal, e eu jamais saberia das condições frageis do meu utero.
Enquanto eu estava internada, veio a noticia que minha mãe seria submetida as pressas a uma cirurgia para remoção da protese mamaria, por que a pele, que estava se abrindo devido ao crescimento do cancer, estava bem debilitada e poderia romper devido ao peso da protese.
Saí do hospital, e mandei minha irmã que tinha vindo cuidar de mim e das meninas, de volta pra casa, pra cuidar da minha mãe.
De novo, uma situação ruim que me trouxe bençãos. Foi a recuperação mais rápida que tive das 3 gestações.
E esse anjo divino foi mandando do céeu com a missão divina de me proteger. Amo ser sua mãe, e ser abençoada com um bebe tão calmo e doce quanto ele !!!

Diagnóstico do meu sogro...

Um adendo, por que não me lembro exatamente quando, mas meu sogro viajava a trabalho, quando passou muito mal, vomitando muio sangue, e evacuando também. Procurou um pronto socorro, e após alguns dias internado, veio o diagnóstico, Cancêr de Estomago. De novo essa doença do mal nos atacou.
Mesma rotina da minha mãe, cirurgia, quimio, radio...
E durante esse tempo todo, idas e vindas para tratamento, que não era onde morávamos, ele se manteve trabalhando o tempo todo, manteve seu chamado, e continou vivendo como se estivesse apenas com um resfriado.
Aprendi e aprendo muito com esses dois...
Descobri que uma atitude positiva faz uma enorme diferença, que ter fé e ser humilde fazem diferença, e que essa doença acomete a família toda, não apenas a pessoa que foi diagnosticada.
Aprendi que não importa o que aconteça, Deus deve ser louvado, e devemos ter gratidão a Ele por todas as coisas !
Se meu sogro não tivesse passado mal e tivesse ficado internado, sozinho e longe de casa naquele dia... Talvez seu diagnóstico viesse em um momento em que não haveria mais tratamento.
Quem o conhece, sabe que ele não para, tá sempre em movimento, sempre trabalhando, a gente sabia que devido ao estresse ele tinha uma ulcera gástrica, e sempre que ele passava mal, atribuiamos a essa ulcera, sempre pedindo pra ele ir ao médico, mas ele tomava um anti acido e estava tudo resolvido.
Não poderiamos estar mais gratos ao Senhor, por ele ter passado mal, e diagnóstico e tratamento terem vindo tão rápido !!!
Antes do diagnóstico :
Depois do diagnóstico e tratamento :

O diagnóstico da minha mãe e evolução da doença...

Após cuidar de mim e minha família durante o nascimento e purpério da Carolina,minha mãe voltou pra casa. Ela levou o resultado dos exames que tinha feito anteriormente ao seu médico, e foi encaminhada ao centro de oncologia da Unesp. Diagnóstico confirmado. Cancêr de mama.
Medo e apreensão tomaram conta de nós, e temíamos pelo futuro, mas fizemos jejum e oração em família e sentimos paz e conforto. Nenhum de nós sentiu que ela seria curada, mas todos sentimos paz. Fui pra casa dela, pra estar com ela durante as primeiras rodadas da quimioterapia, ela tinha uma mania de pedir pra gente olhar se tinha piolho na cabeça dela.
Desculpa pra ter alguem mexendo na cabecinha dela, fazendo carinho... Antes de cortarmos o cabelo dela, passei uma tarde toda só "procurando" piolho. Cortamos o cabelo dela na maquina, bem baixinho... Ainda sim, é impactante quando o cabelo começa a cair...
Ela se sentia cansada, mas fora isso, e a careca, não havia sinal da doença, ou do tratamento... Ela engordou um pouco até !
Passada a quimio, veio a cirurgia, e após a cirurgia, vieram as rádios... E ela, firme e forte, servindo em seus chamados, servindo como oficiante no Templo...
Novos exames, e ela passou para paciente em remissão... Não poderíamos estar mais gratos, mas ainda sim, a cada novo exame, era uma apreensão só, na expectativa de que o cancêr não tivesse voltado.
Nesse meio tempo, meu pai foi diagnosticado com cancêr na cabeça do pancreas... fui no dia seguinte pra lá, chorando o caminho todo, imaginando como seria pra minha mãe se ela perdesse meu pai...
Ela sempre disse que se ele morresse, ela morria junto, e se ela morresse, que ele seria forte e aguentaria...
Depois de um mês internado, de ser testado de várias formas, finalmente veio a cirurgia, e naquela época, meus pais nos contaram que o tumor era benigno e não maligno.
Ficamos menos apreensivos, e logo depois, veio a notícia, o cancêr da minha mãe tinha voltado, atingindo também a pele da mama, pulmão e ossos. E essa doença maldita voltou arrasadora, as quimios e tratamento dos ossos deixavam ela arrasada, e rapidamente, ela foi perdendo peso, e nós começamos a ficar preocupados ...
Logo veio a notícia que o tratamento não era mais para cura, era paliativo, apenas para prolongar e dar qualidade de vida...

terça-feira, 26 de março de 2019

Lembrei que o blog existe!!!!

Minha ultima postagem foi logo antes do nascimento da Carolina... Tanta, tanta coisa aconteceu de lá pra cá que é dificil dizer em um só post.
Pra começar, o nascimento da Carolina. Mais um momento mágico na minha vida!
Dei entrada as 3h da tarde e as 8:30 estava conhecendo minha princesa linda!!!!
Cada parto é um acontecimento diferente. Nesse, apesar de já conhecer os procedimentos, fiquei muito mais nervosa, por que sentia minha perna formigar, e lembrava que tive aquela sensação quando começou a passar o efeito da anestesia da Melissa... Depois que conheci minha princesa, percebi que havia algum problema e isso, aliado ao pavor da anestesia passar enquanto eu ainda estava na mesa, fizeram minha pressão disparar. Me colocaram pra dormir, então não estava muito lúcida quando voltei pro quarto.... Kkkkkkkk.
No fim, meu obstetra disse que era uma hérnia que eles tinham localizado, e já aproveitaram para retirar.
Dessa vez, a política do hospital tinha mudado para quarto compartilhado, então fiquei mais tempo com ela, e esse fato, aliado a muita oração, me ajudaram a amamentar!!!! Dessa vez eu consegui!!!! E a safadinha só parou com uns 3 anos...
Minha mãe veio ficar comigo, e com ela la, eu consegui focar só no bebe. Ela cuidou de todo o resto e só de lembrar me traz lágrimas de saudade!!!
Foi celestial ter minha mãe comigo. Foi a última vez que ela pode cuidar de mim, e ai se eu pudesse voltar no tempo !!!!

  • Até o cheiro da casa mudou... Usando os mesmos produtos que eu usava, ela conseguiu deixar minha casa mais cheirosa e iluminada. Ela realmente era uma flor !!!!

Toda a família veio para a bênção dela, e mais uma vez, eu vi meu sonho se realizar, oferecendo a ela, um círculo do sacerdócio encabecado pelo pai dela.